terça-feira, 31 de março de 2009

A Andorinha



















A andorinha, com gritos de alegria, voltou para seu antigo ninho.

Primeiro limpou-o e arrumou-o, e em seguida pôs ovos. Depois chocou-os. Finalmente, quando os filhotes nasceram, começou a voar para um lado e para outro, indo e vindo do ninho, a fim de alimentar sua grande família.

Seu companheiro, em contrapartida, voava o tempo todo. Voava enquanto a andorinha arrumava a casa, enquanto os ovos estavam sendo chocados, e continuou voando todos os dias, de manhã à noite, sem um instante de repouso.

- Por que é que você está sempre voando? - perguntaram-lhe um dia.

- Porque não gosto de trabalhar - foi a resposta.

Leonardo da Vinci

O Pintassilgo




















Ao voltar para o ninho, trazendo no bico uma minhoca, o pintassilgo não encontrou seus filhotes. Alguém os havia levado embora durante sua ausência.

Começou a procurá-los por toda a parte, chorando e gritando. A floresta inteira ecoava seus gritos, mas ninguém respondia.

Dia e noite, sem comer nem dormir, o pintassilgo procurou seus filhotes, examinando todas as árvores e olhando dentro de todos os ninhos.

Certo dia um pássaro lhe disse:

- Acho que vi seus filhotes na casa do fazendeiro.

O Pintassilgo voou, cheio de esperança, e logo chegou à casa do fazendeiro. Pousou no telhado, mas lá não havia ninguém. Voou para o pátio - ninguém.

Então, levantando a cabeça, viu uma gaiola pendurada do lado de fora de uma janela. Os filhotes estavam presos lá dentro.

Ao verem a mãe subindo pela grade da gaiola, os filhotes começaram a piar, suplicando-lhe que os libertasse. O pintassilgo tentou quebrar as grades com o bico e com as patas, mas foi em vão.

Em seguida, com um grito de grande
tristeza, voou novamente para a floresta.

No dia seguinte o pintassilgo voltou para junto da giola dentro da qual seus filhotes estavam presos. Fitou-os longamente, com o coração carregado de tristeza. Em seguida alimentou-os um a um, através das grades, pela última vez.

Levara-lhes uma erva venenosa, e os passarinhos morreram.

- Antes a morte - disse o pintassilgo, - do que perder a liberdade.

Leonardo da Vinci

terça-feira, 24 de março de 2009
























Casinha de passarinho,
presente delicado,
Coisas do amor.
Nana Pereira

quarta-feira, 18 de março de 2009












Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.


E a cascata aérea
de sua garganta,
mais leve.

E o que lembra,
ouvindo-se deslizar seu canto,
mais leve.

E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.

Cecília Meireles

Para Sempre

















Por toda a eternidade hei de viver
a me encantar co’esse teu canto, amor!
Por toda a eternidade em vou dispor
desse desejo de te amanhecer,

como amanheço as flores nas manhãs,
com mavioso canto a te encantar.
Por toda a eternidade hei de te amar,
pois não me encanto com promessas vãs

de desencanto e de virtudes vis.
No teu recanto eu vou pousar as mãos
como quem pousa, em busca de alimento,

um beija-flor. E eu sei que os colibris
merecem tanto o canto como os grãos
que as andorinhas levam para o vento.

Paulo Camelo























"Venha colibri;
dentro do meu coração
já é primavera!"

Urhacy Faustino

O BEM-TE-VI





















De manhãzinha, escuto o bem-te-vi,
Seu doce canto a invadir os Céus.
O sibilar mais lindo que já ouvi,
-Obra divina, criação de Deus!

Mavioso trinado na matina,
O bem-te-vi encanta o meu viver.
Sobre as silvas molhadas da campina,
Traz mais ternura ao amanhecer.

Seu canto mavioso invade a aurora,
À luz do almo sol, em doce hora,
Ele celebra os Anjos lá do Céu.

E, para amenizar as minhas dores,
Com a proteção do Arcanjo dos amores,
Inunda de ternura o peito meu.
Arlene Miranda

A GRALHA E AS POMBAS























Uma gralha viu num pombal umas pombas bem gordinhas. Pintou então as plumas de branco e se foi para o meio delas. Enquanto ficou calada, as pombas, tomando-a como uma irmã, ficaram admirando-a. Mas, ao primeiro grito que ela deu sem querer, não reconheceram sua voz e a expulsaram. Ao ver que não ia poder comer o alimento das pombas, a gralha voltou para os seus. Quando chegou lá, não conseguiu ser reconhecida por causa da cor e foi expulsa. Assim, não realizou nenhum de seus dois desejos. Contetemo-nos com nossos próprios bens. A cobiça não leva a nada, a não ser a perder muitas vezes o que já possuímos.
(Autor: Esopo)

terça-feira, 17 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

























"Um dia a gente vai perceber que não se pode prender pássaros e nem corações e que,
estar junto, não é estar ao lado, mas sim do lado de dentro".


Karl Rogers.

sexta-feira, 6 de março de 2009



Se o homem pensasse como o pássaro...
festejaria cada amanhecer com uma linda canção.

quinta-feira, 5 de março de 2009

As andorinhas























A revoada de tão belas andorinhas
que enfeita o céu no entardecer,
vem reavivar as saudade minhas
trazendo lembranças no anoitecer.

Deixam tão alegre esse céu azul
embora tão pequenas consigo ver,
daqui a pouco, só verei o Cruzeiro do sul
que também acompanha o meu sofrer.

Andorinhas, que fiquei aqui olhando
mas a última delas, para longe voou,
deixou-me sozinho aqui lembrando,
de um amor que se foi, e nunca voltou.

Andorinhas, que acompanham minha solidão
e que vem todas as tardes, aqui voar,
conhecem a tristeza do meu coração
parece que tentam, em vão me consolar.

Enquanto veem aqui as andorinhas
tornam menos triste meu escurecer,
venham aqui, minhas queridas avezinhas
ajudam-me,desse amor esquecer.
GIL DE OLIVE

Poeminha sentimental



















O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
Mario Quintana

O voo esquivo da andorinha


























A noite apressa o sol para ir dormir,

e ele vermelho de cansado

observa o voo esquivo da andorinha

que vem saudá-lo com o seu grito estrídulo

de “Boa noite”.

Feliz, ela regressa ao seu bando

onde actualiza as noticias do dia

e lança piropos às outras companheiras,

em danças ágeis e acrobáticas.



As gaivotas pairam, alheias a estas movimentações,

comentando “Que doidas, que doidas”.



Por debaixo desta alegria

Lisboa ruge cada vez mais lentamente

até se ouvir apenas um leve sussurro,

cada vez mais suave.



A noite vai alisando a sua coberta de estrelas,

esticando bem nos cantos para cobrir todo o céu,

e os bandos de andorinhas combinam encontros

para amanhã à mesma hora.

sinto-me: Feliz

Nuno Rita


























Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas cartas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro... Vontade.. para que esse pudor de certas palavras?...vontade de amar, simplesmente.

Mario Quintana

segunda-feira, 2 de março de 2009



Neste mundo o lindo é necessário.
Há mui poucas funções tão importantes como esta de ser encantadora.
Que desespero na floresta se não houvesse o colibri!
Exalar alegrias, irradiar venturas, possuir no meio das coisas sombrias
uma transmudação de luz,
ser o dourado do destino, a harmonia, a gentileza, a graça, é favorecer-te.
.
A beleza basta ser bela para fazer bem.
,
in "Os Trabalhadores do Mar", Victor Hugo


Hoje estou tão feliz,
o dia amanheceu lentamente
entre flores e bem-te-vis.

Nana Pereira