segunda-feira, 17 de outubro de 2011


















Agora, escrevo pássaros.
Não os vejo chegar, não escolho,
de repente estão aí,
um bando de palavras
a pousar
uma
por
uma
nos arames da página,
entre chilreios e bicadas, chuva de asas,
e eu sem pão para dar, tão somente
deixo-os vir.
Talvez seja isto uma árvore,
ou quem sabe, o amor.

Julio Cortázar

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